
Euryale ferox Salisb.
Quem seria capaz de imaginar que existisse no planeta algum vegetal comparável à Victoria regia? Pois... existe! Não tão espetacular, é claro – seria exigir muito – mas, ainda assim, incrível. Ela perde da Victoria, nossa íntima, em dois itens importantes: não tem aquelas conspícuas paredes verticais de 15cm nas bordas das folhas e sua flor é muito menor. Mas as folhas possuem área equivalente e a mesma estrutura imersa, capaz de grandes vãos. Além disso, o desenho delicado em linhas vermelhas que interligam os numerosos espinhos (daí o ferox) da vasta superfície é uma autêntica chinoiserie.
Trata-se da Euryale ferox do Yang-tse e da Asia tropical. Pertence à familia Nymphaeaceae ou, às vezes – o que já parece exagero de preciosismo botânico – Euryalaceae.
É a mais recente estrela do Sítio. Em menos de 6 semanas de plantada já apresentava folhas com 1,5m de diâmetro.
Consta que suas sementes são comestíveis e utilizadas na medicina chinesa. A tradução do nome, via o inglês foxnut, é castanha de raposa.
Nas fotos um detalhe notável: o botão da flor, quando emerge, abre caminho através da própria folha caso esta represente obstáculo. No afã de aparecer fora d’água nem se dá ao trabalho de contorná-la, tornando-se o único ser vivo não humano auto-piercing de que se tem notícia.

Comentários