Foto Harri LorenziStrongylodon macrobotrys A. Gray – a Flor de Jade.
Dentre as atrações arquitetônicas do Sítio Roberto Burle Marx está a “casa” da estrela da vez. É um pavilhão de pouco mais de 400 m², composto de dois ambientes: pérgula (Pérgula da Flor de Jade) e cozinha (Cozinha de Pedra). As maiores festas do grande anfitrião que era Burle Marx tinham seu epicentro gastronômico neste local – projeto premiado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil em 1963, fruto de parceria com os arquitetos Haroldo Barroso e Rubem Breitman.
Esplendidamente integrado aos jardins e à natureza, o pavilhão é um espaço que reúne esculturas diversas, um painel de cerâmica, idéias inusitadas e características geniais: algumas paredes são formadas por pedras de antigas demolições, trabalhadas em cantaria; o teto sustenta um espelho d’àgua que transborda e forma uma cortina entre a cozinha e a pérgula, caindo num lago, naturalmente povoado de plantas aquáticas. Uma diferença de 1,80m entre os níveis de piso dos dois ambientes aumenta a altura da cascata e expõe a área sob a pérgula ao domínio visual dos visitantes ao mesmo tempo em que os aproxima para o exame das flores de Strongylodon macrobothrys A. Gray. Esta espécie exótica de trepadeira, conhecida popularmente como Flor-de-Jade, exibe em outubro/novembro flores de uma inacreditável tonalidade azul-esverdeada, em profusos cachos pendentes que atingem até 2 metros de altura. Roberto apaixonou-se ao vê-la na Indonésia. Disse que lá o pessoal tem que afastar as flores para passar e, para evitar este inconveniente, projetou sua pérgula com pé-direito duas vezes mais alto do que o usual.
– O tempo se encarrega de completar uma idéia – costumava dizer. Esta é uma das idéias que só alguns anos depois de sua morte pôde ser contemplada em plenitude.
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